Sermão do XIII Domingo depois de Pentecostes

Em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo. Amém.

Ave Maria…

O Gênesis nos diz que, quando Deus criou o homem e a mulher, que ele a criou para ser um auxílio ao homem: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei um auxílio para ele” (Gênesis 2:18). Esta é a visão que Deus tem da mulher: ela deve ser para ele um auxílio. E o demônio, que é o inimigo do gênero humano, tem outros planos para a mulher. Ele procura fazer com que a mulher seja uma armadilha para o homem.

Nós nunca podemos perder de vista que, desde a criação do gênero humano, há uma guerra entre nós e o demônio, e entre os filhos de Deus e os filhos da serpente. Mas esta guerra tem algumas particularidades. Geralmente, nos combates, são os homens que vão para o fronte nos campos de batalha, e as mulheres lutam em suas casas, no coração delas.

Mas quando se trata do combate entre o gênero humano e a serpente, é a mulher que está no fronte: “E porei inimizade entre ti e a mulher” (Gênesis 3:15). Não que os homens não combatam e deixem as mulheres receber os ataques. Não é isso. O que é necessário compreender é que, nesta luta, é a mulher que se encontra no centro dela.

As duas grandes lutas atuais dizem respeito uma ao sacerdócio, e outra sobre a família. São as duas lutas nas quais o demônio tenta intimidar ao máximo as pessoas. Ele busca perverter a inteligência dos padres (e, portanto, a vida de oração deles), para deixar os fiéis sem doutores e pais, e busca dar a impressão de ser vitorioso, de que é inútil combater, com relação à família.

Deus quer que a mulher seja um auxílio para o homem, e ser um auxílio quer dizer realizar um serviço de amor e de misericórdia. Ajudar aquela pessoa que ela ama, nas suas fraquezas, nas suas perfeições, é uma das coisas mais elevadas que existe. A mulher deve ajudar o homem para que ele possa ser o que ele deve ser: uma pessoa capaz de assumir responsabilidades em nível familiar, no seu trabalho, na política. O demônio procura muito “libertar a mulher”. E quando o homem não se vê mais apoiado e ajudado, ele verá que não é mais amado e se tornará um tirano.

O homem tem uma alma, deve formar sua casa para dar o culto devido a Deus e, portanto, a cooperação que a mulher tem a dar é algo de muito profundo, é uma coisa muito grande. E a grande tentação atualmente é fazer com que as mulheres esqueçam isso, que elas esqueçam da profundidade do auxílio que devem dar, que elas esqueçam do combate que existe desde a origem do mundo e que durará até o fim do mundo. E quando uma mulher esquece isso, e busca se “libertar”, ela se destrói muito mais rapidamente do que o homem.

Como é difícil (mas não é impossível — mas é difícil…) tentar recuperar uma mulher que foi machucada na sua capacidade de amar e, por meio dessa capacidade, de ajudar o homem. Essa perda explica a desagregação tão rápida de certas personalidades. É incrível ver o que acontece com uma moça que, por ser um ser humano, é feita para amar, porque Deus nos fez para o amor, e que se deixa atingir pela propaganda, e acabam enveredando por outros caminhos.

As mulheres têm uma inteligência mais exigente com relação ao amor. E quando a noção correta de amor é perdida, quando ela não parte desse amor para ser uma ajuda, ela se afunda mais facilmente e sua capacidade de amar é torcida mais radicalmente, mais profundamente. A mulher é muito bem comparada a uma fonte. Como se deve cuidar bem das fontes! As fontes são sempre um pouco retiradas, não aparecem muito, mas se ficam sujas… é uma problema grande.

E, na prática, o que isso quer dizer? Colocarei o princípio que resume tudo não no final, mas agora:

1. Sejam simples. Ser simples não é ser algo sem valor e utilidade. O fogo é um ser muito simples. Não é composto de partes, não pode ser cortado em dois, ele simplesmente é fogo. Mas como ele serve de auxílio ao homem! Cozinhar, forjar, na indústria, purifica o ouro e outros metais, esteriliza objetos, move os meios de transporte, etc. Como o fogo é simples, e como ele é útil ao homem! E o que seria do homem sem o fogo! Sejam simples, não sejam complicadas. Não tenham malícia, duplicidade, falsidade, intenções camufladas. Formem-se para ser uma ajuda à família e ao esposo de vocês, mas não sejam uma armadilha para eles.

2. Não entrarei em explicações mais longas aqui, porque o tempo é curto, mas, apesar da nossa falta de estudo nos enganar, as ideologias modernas, tão complicadas como são, são as inspiradoras de todo o modo de vida no qual estamos. E para desgraça nossa, não nos damos conta disso e nos deixamos (de)formar por elas, porque baixamos a guarda e elas entram em nós sem resistência nossa. E isto é realmente muito ruim. Mas aqui basta saber que em nenhuma das ideologias modernas o amor ocupa o primeiro lugar. E daí, com um pouco de reflexão, se compreende muito bem que todas as ideologias modernas machucam em primeiro lugar e de modo bem maior as mulheres. A mulher, quando não se deixa submeter à propaganda massacrante da mídia, valoriza extremamente a sua intimidade. O pudor representa muito para ela. Quando uma moça perdeu o senso do pudor e aparece não pela sua presença, mas coloca um peso maior nos acessórios, e em se mostrar fisicamente, e não tem mais o senso de se reservar, é sinal de que foi atingida pelas ideologias modernas. E isso é muito preocupante, porque o amor verdadeiro já não terá o primeiro lugar para ela, e a sua família futura sofrerá muito por causa isso.

3. Finalmente, ligado ao que acabamos de dizer, é muito importante que as moças saibam o quanto desagrada aos homens, justamente, uma mulher que perdeu esse modo recolhido e cheio de pudor que é natural às mulheres, e que chama a atenção não pelo que é, mas mais por enfeites e por se exibir fisicamente. É muito importante que as moças compreendam que, como me dizia uma vez uma mulher já casada, os homens não gostam de uma mulher que atrai os olhares de fora. Isso é meio óbvio, mas às vezes a inclinação natural que as mulheres têm de atrair os olhares acaba turvando a inteligência delas nesse ponto. Do mesmo modo que uma mulher espera encontrar no matrimônio um marido que seja verdadeiramente homem e que tenha firmeza de governo e que lhe sirva de proteção, do mesmo modo os homens esperam encontrar na esposa um apoio que não encontram nos outros homens. A missão de vocês será a de exigir, com toda a delicadeza que as mulheres têm, a perfeição do marido de vocês. E vocês farão isso sem precisar gritar, argumentar tenazmente, etc., porque a cada vez que os seus maridos se aproximarem de vocês eles ficarão olhando fixamente nos seus semblantes para descobrir a aprovação ou o desdém, um leve gesto de reprovação ou um sorriso que corrobora. E no fim das contas, é (também) assim que a mulher é um auxílio para o homem, se ela tem convicções e uma inteligência que, não tendo sido massacrada pela propaganda, vê bem o que agrada a Deus ou não, e consegue delicadamente ir apoiando seu marido pelos princípios que vêm de Deus, e não do egoísmo próprio, que corrói tudo e esteriliza tudo.

Em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo. Amém.

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